
Olá, que bom ter você aqui.
Este é um espaço de pausa e escuta. Um convite à travessia do que te inquieta, te move ou, talvez, te paralise.
Aqui, abrimos lugar para o que insiste, para o que escapa, para o que não se traduz tão facilmente.
É nesse gesto que se inscreve o projeto Atraversando — um espaço que se deixa atravessar pela ética do desejo, pela ressoar dos versos.
Através de uma escuta implicada e sustentada na ética do desejo, te convido a explorar — com coragem e delicadeza — as paisagens do inconsciente.
(Atendimentos Presenciais e Online)
CRP: 02/26755
Atraversando
Entre o que se versa e o que afeta
Gerúndio é tempo em movimento.
Não está no passado nem se fixa no agora.
É forma verbal que indica fluxo — aquilo que ainda se faz, que segue acontecendo.
"Atraversando" nasce desse tempo suspenso, entre o que se vive e o que ainda se diz.
Entre a travessia e o verso, entre o afeto e a palavra.
Versar é arriscar um dizer.
Atravessar é sustentar o passo, mesmo sem saber o caminho.
No encontro entre os dois, algo pode emergir:
Uma abertura para o novo.
Este projeto se sustenta nesse hiato.
Não se propõe a fechar sentidos, mas a escutá-los enquanto se fazem —
em meio aos tropeços, aos desvios, às ressonâncias.
Atraversando é, antes de tudo, isso:
um espaço que se constrói no percurso.
Onde o que afeta encontra lugar para se dizer
e o que se diz encontra tempo para afetar.
É também uma forma de estar na escuta:
atravessar com quem chega até aqui, acompanhando o movimento entre o que se fala e o que afeta —
entre o verso da fala e o que nos atravessa.
Este nome carrega a ideia de um percurso com destino incerto — rumo à autenticidade.
Traçados que não se impõem, mas se desenham no encontro.
Ofereço uma escuta sustentada na ética do desejo:
onde sua fala possa tocar o que não se diz — mas insiste.

Desdobramento
O que se apresenta aqui é um gesto-processo: um projeto que ressoa do Atraversando.
A escrita que o sustenta é inseparável do movimento que o constitui.
Dela, emerge um desdobramento específico: o projeto “Interseções - Poesia e Psicanálise”,
onde a escuta do inconsciente encontra o ritmo da palavra.
Interseções - Poesia e Psicanálise

Há um ponto onde a palavra se desvia —
não por fraqueza, mas por excesso.
E é ali que poesia e psicanálise se reconhecem:
no gesto de deixar dizer o que não se encaixa.
A análise escuta o tropeço,
como quem lê entre linhas rasuradas.
A poesia é esse tropeço que se oferece à escuta,
sem pedir tradução.
Há mais verdade no que escorre da fala
do que naquilo que se pretende claro.
Talvez seja isso o que compartilham:
um compromisso com o enigma,
uma fidelidade ao que não fecha.
Ambas se movem entre buracos do dizer,
entre o que falta, o que falha —
e, mesmo assim, ressoa.
Disse Lacan:
“A poesia é criação de um sujeito assumindo
uma nova ordem de relação simbólica com o mundo.”
Como quem inventa o mundo ao nomeá-lo,
a palavra se reinventa ao escorregar.
É nesse vacilo que se abre o sentido,
não para ser decifrado —
mas para ser tocado.
Como escreveu Quintana:
“A poesia não se fecha numa definição.
A poesia é efeito de sentido.
É abertura, equívoco… reinvenção.”